-
- A evolução das trocas de marchas no gravel
- O câmbio traseiro GRX RX827 da SHIMANO foi feito pra moer!
- 03/10/2025
A temporada da E-EDR está a plano vapor, com três rodadas já realizadas na disputa de 2023. A equipe Yeti Shimano EP Racing tem estado à toda, com Mick Hannah encontrando seu flow e conquistando um segundo lugar na segunda rodada da série EDR-E World Cup, em Leogang-Salzburgerland.
E agregando ao sucesso, a Yeti Shimano EP Racing passou a contar oficialmente com Ryan Gilchrist no início da temporada de 2023 no lugar do líder do time do ano anterior, Keegan Wright. Com apenas 21 anos de idade, Ryan já está mostrando a que veio na elite do e-enduro, chegando entre os 10 primeiros de forma consistente e tendo conquistado um sexto lugar geral e uma vitória em estágio na etapa mais recente da EDR-E World Cup, e Val di Fassa Trentino. Ryan já está provando ser uma nova força no palco do EDR-E, tendo também validado seu sucesso no e-enduro com um forte sexto lugar na EDR World Cup em Maydena, no início da temporada.
Conversamos com o Ryan durante a pausa de meia temporada, para sabermos o que ele está achando da nova equipe e como está se adaptando às competições de e-ciclismo.
Eu tive a oportunidade única de juntar-me à equipe Yeti Shimano EP Racing para 2023 e estou realmente gostando do processo de desenvolver o motor e aprender o novo formato. Dedicar-me totalmente às competições de e-bikes fez com que eu tivesse um crescimento enorme em todas as áreas do meu ciclismo. Meu programa tem sido realmente divertido, porque eu não apenas tenho o apoio total de uma temporada completa de competições de e-bikes na Europa, mas também posso participar de alguns outros eventos ao redor do mundo, como o Crankworx, o Sea Otter e até mesmo algumas corridas EDR regulares na Austrália. Tem sido muito divertido e estou muito contente com minha decisão de juntar-me a este time.
Até agora, cada prova foi melhor do que a outra. Houve algumas coisas que me impediram de conseguir o melhor resultado possível, como quedas e pequenos problemas mecânicos, mas tudo isso faz parte de competir, e estou trabalhando para chegar à fórmula perfeita para ter o máximo de aproveitamento das minhas habilidades.
Competir com e-bikes tem muito em comum com o enduro convencional, mas também apresenta algumas diferenças-chave. A principal coisa que aprendi é que o pelotão pode ser menor, mas o nível de talento dos top 10 é fenomenal, com alguns dos ciclistas mais premiados da história, bem como tecnologia de ponta. A parte mais divertida tem sido conhecer meus ídolos e fazer amizade com outros competidores. Eu nunca pensei que um dia estaria batendo papo com esse pessoal, muito menos trocando piadas com eles no final dos estágios.
Trabalhar com a Yeti e a Shimano tem sido uma experiência esclarecedora no sentido de até onde empresas vão para desenvolver sua tecnologia ao mais alto nível. Ser um elemento de teste para um programa tão avançado assim é uma honra, e o profissionalismo dos dois gigantes (Yeti e Shimano) é perfeitamente balanceado com uma atmosfera familiar divertida, uma combinação ideal para me sentir em casa e performar no mais alto nível.
Eu acho que desenvolver a e-bike e andar rápido são coisas que vão lado a lado. Eu adoro trabalhar com os engenheiros e dar feedback para fazer com que a bike seja a mais rápida possível. Uma vez que os engenheiros tenham feito sua mágica para deixar a máquina com o máximo de desempenho, é comigo e com o Mick fazer as bikes andarem ainda mais rápido.
O Mick é o primeiro companheiro de equipe de verdade que já tive, e tenho a confiança que já consegui o melhor na primeira vez. Nós no tornamos bons amigos, e a montanha de conhecimento dele, combinada com minha nova visão realmente funciona bem na trilha para fazer com que ambos andemos mais rápido. Eu realmente sinto ser uma vantagem tê-lo como companheiro de equipe, não apenas podendo absorver o conhecimento dele em e-bikes, mas também em como navegar sendo um mountain biker profissional.
Eu os adoro. Eles são minha parte favorita das provas e onde eu tenho meu melhor desempenho. Eu sempre adorei escaladas técnicas, por isso fazer isso como profissão é tremendo.
A Shimano está sempre buscando novos limites. Por isso, no intervalo de meio de temporada continuaremos nosso trabalho empolgante de fazer a e-bike mais rápida do mundo. Eu vou treinar feito louco e ir ao Crankworx em Whistler.
A Yeti 160E faz descidas tão bem quanto a SB160 e, em alguns pontos, é melhor. Essa bike enterra a ideia de que e-bikes são pesadas e difíceis de guiar. É uma situação ganha-ganha, onde você esmaga as escaladas e domina as descidas.
As e-bikes são uma ferramenta maravilhosa para se pedalar por mais tempo. Eu posso confirmar que é possível fazer um exercício em uma delas tão bom quanto em uma bike convencional, mas em vez de você chegar ao topo daquele morro uma vez, você chega cinco vezes. Nas competições é a mesma coisa. Você consegue mais tempo descendo e tem o bônus adicional de power stages no teste mais real do manejo da bike. Se tiver a oportunidade, dê uma chance.
Ter engenheiros e gestores da Shimano em todas as provas parece assustador no papel, mas uma vez que os conheci, percebi que são super legais, pessoas apaixonadas que estão tão dedicadas a vencer quanto eu. Eu realmente gosto de passar tempo com a equipe em jantares e nos pits, e é super especial trabalhar com os gênios do Japão que fazem a Shimano ser possível.
Meu ponto alto da temporada até agora foi arrasar nos power stages em Finale. Foi minha primeira vez competindo em um power stage, por isso eu estava realmente nervoso, porque não sabia como eu ia me sair. Eu fiquei a 0,8 de vencer ambos os power stages, então espero que possa fazer um percurso perfeito neste ano e vencer.
Não tive muitos pontos baixos, mas minha queda em Val Di Fassa, no primeiro estágio, foi bem frustrante e custou muito tempo. Mas isso alimentou a chama de detonar nos dois estágios seguintes, ou seja, sempre dá para achar aspectos positivos.
Mick Hannah é a lenda local da equipe Yeti Shimano EP Racing, e como este é seu segundo ano com o time e no circuito da EDR-E World Cup, também conversamos com o Mick para ter uma ideia de como as coisas evoluíram desde o início do programa.
Fiquei realmente espantado em ver quanto progresso fizemos na bike no ano passado. Quando entrei no projeto eu não sabia quanta diferença poderia ser feita mexendo "apenas" no firmware, mas ela foi enorme. Eu tive de aprender a pensar fora da caixa quando pedia características do motor e do Auto Shift. Estamos chegando a um ponto em que o motor e o Di2 estão muito bons em termos de apoiar em uma condução de nível Copa do Mundo.
O Ryan tem sido uma adição incrivelmente valiosa ao projeto. Ele é motivado e muito analítico, o que me ajuda um monte no processo de P&D. Conseguimos trabalhar ideias em conjunto e realmente ajudar e elevar um ao outro a níveis mais altos.
Depois da prova em Finale eu tive uma boa semana de treinamento e comecei a sentir minha energia voltando. Eu também tentei algumas coisas diferentes no ajuste da bike. E também ainda estou aprendendo a competir no enduro. Eu fiz algumas mudanças que acho que ajudaram muito. Havia algumas partes do percurso boas para meu estilo, mas eu também tive bons resultados em estágios em que eu esperava ter mais dificuldades, com base no meu histórico. E isso foi encorajador.
Em Canazei eu realmente tentei implementar as coisas que aprendi em Leogang. Eu estava me sentindo ótimo na bike e razoavelmente bem fisicamente. Só que eu cometi dois erros simples, que acabaram saindo muito caro. Eu estou feliz em como pedalei no geral, embora tenha sido muito decepcionante ter uma prova ruim. Mais uma vez eu tive resultados melhores em estágios que normalmente seriam meus pontos fracos, e por isso estou muito estimulado para os próximos dois meses de treinamento antes das duas últimas rodadas.
Manda ver! Tem sido uma experiência muito divertida para mim aprender a competir em uma nova modalidade, com um novo tipo de bike. A e-bike coloca muitos elementos realmente interessantes na competição!
Fiquei surpreso em ver o quanto podíamos tirar do motor com o feedback do ciclista e com a equipe de engenharia modificando o firmware. Agora eu sei que temos um motor forte e confiável, que também está ajustado para desempenhar em um nível muito competitivo.
Temos um modo de sintonia fina, o que quer dizer que podemos escolher até 15 ajustes de assistência de potência. Eu mesmo tenho uma configuração com seis modos de assistência, três para estágios de corrida e três para ligações. Eu faço ligações no 2 ou 3 a maior parte do tempo. O 3 é de uma potência ligeiramente mais alta, por isso quando tenho bateria de sobra uso o 3, e quando a carga está baixa vou para o 1. Até agora eu só usei o 6 em qualquer estágio cronometrado. Escalada ou estilo enduro. 4 e 5 aliviam um pouquinho, caso haja um cenário onde isso seja necessário.
Há algumas coisas em que estarei trabalhando em termos físicos para me preparar para o final da temporada. Eu estou me sentindo confiante, então quero continuar a forçar para isso. Quanto à bike, estamos sempre buscando melhorias e testaremos algumas das novas ideias que vieram do que aprendemos nas últimas cinco semanas.
Fique ligado para ver a equipe Yeti Shimano EP Racing nas últimas rodadas do EDR-E.