-
- A bicicleta vencedora da Paris-Roubaix de Mathieu van der Poel
- Oito monumentos cada. Um conjunto de grupo. Pogačar e Van der Poel deram o máximo em Paris-Roubaix!
- 14/04/2025
Nova época, novo tu. O ciclista Florian Nowak da Shimano Gravel Alliance dá-te este guia para te preparares para a nova época de gravel.
Caso o teu feed nas redes sociais ainda não tenha evidenciado que estamos quase a iniciar uma nova época no gravel, o ciclista Florian Nowak da Gravel Alliance esforçou-se para te dar a sua visão interna sobre como te podes preparar melhor para a nova época anual de gravel.
Desde arrependimentos fora de época até aos treinos de pré-época, da configuração da tua bicicleta ao teu calendário, este ciclista não deixou nada ao acaso.
Só depois de me retirar das corridas de estrada profissionais é que me apercebi do quão curta é a época baixa. O tempo passa muito mais rápido quando não andas na estrada e não tens toda a pressão para estar em forma para competir. Passei muito tempo este inverno sem praticar ciclismo, a fazer outros desportos como esqui de cross-country, a correr e esqui nas montanhas. Mas, recentemente, enquanto navegava em sites e via eventos para colocar no calendário, o chamamento do gravel tornou-se cada vez maior.
Dado que a maioria dos participantes do gravel são privateers, livres de pressões e do suporte de uma equipa para construir o programa de competições e planear ao minuto cada pedalada, por vezes fico a pensar se há mais alguma coisa que possa fazer para tornar esta correria na pré-época mais fácil.
Aqui fica o meu incentivo para te garantir que estamos todos no caminho certo ao entrar na nova época.
Quero que 2023 ultrapasse o ano passado, por isso decidi que a minha bicicleta tem de ser especial. Quero criar uma bicicleta que corresponda completamente a todos os meus desejos. Durante 2022 passei algum tempo a testar novas peças e isso deu-me confiança para dizer com certezas que a minha configuração de 2023 vai ser excelente. Apesar de atualmente usar o grupo GRX mecânico duplo, decidi mudar para a comutação Di2 que me vai dar o melhor desempenho possível em corridas e aventuras de gravel. Outra grande inovação vão ser as rodas GRX em Carbono, que testei durante o outono e o inverno. No passado, era frequente optar por rodas Dura-Ace para cursos rápidos, mas esta nova configuração é igualmente orientada para a velocidade, além de me dar mais confiança e estabilidade. Estas rodas vão ser o meu parceiro mais fiel na minha Scott Addict Gravel Tuned para os próximos eventos.
À medida que a nova configuração da minha bicicleta ganha forma, o mesmo acontece com a minha agenda: com a Gravel World series da UCI a tornar-se cada vez maior, estou inclinado a testar a minha forma de competição em algumas rondas que são basicamente a Taça do Mundo de gravel. Há 17 eventos na Europa, Austrália e EUA e a maioria são novos e por explorar, por isso, fica difícil escolher. Ainda tenho de ver quais as melhores opções e que datas se adequam melhor entre vida privada e viagens. Uma coisa é certa: vou começar a minha campanha da World Series à frente do Centro de Experiência da Shimano em Valkenburg, em abril, no Gravel Fondo Limburg. Mas antes disso, quero voltar só a andar de bicicleta, por isso estou a pensar num evento de longa distância mas muito menos competitivo, como o Jeroboam Mallorca – 300 km para por as minhas pernas a rodar. Mais tarde, tenho algumas viagens de longa distância relacionadas com gravel pensadas, para ver até onde consigo ir. Talvez EUA ou Austrália…
Com duas datas de corridas marcadas para março e abril, estou contente por já me sentir motivado. Não vão ser experiências fáceis, por isso, está na altura de voltar a ter alguma semelhança com rotina. Gosto de treinos cruzados durante o inverno, por isso, o esqui é uma parte importante do meu treino, juntamente com o ciclismo. Quando a temperatura está demasiado fria, faço um treino combinado, com esqui e treino indoor no meu ergómetro de esqui. Outras vezes, a bicicleta de gravel é a minha melhor amiga. Escolher o que vestir no exterior é muito importante e pode implicar a diferença entre prosperar e sobreviver. Também tenho cuidados extra com a minha bicicleta nestas voltas invernosas, sabendo de que precisa de ser verificada com maior regularidade (antes e depois) de andar nela.
Verifico sempre se as mudanças estão a funcionar bem e, se necessário, lubrifico a corrente. Nestas temperaturas frias, vejo também se há selante suficiente nos pneus. Sim, normalmente uso pneus tubeless, e sugiro que faças o mesmo. Se começar cedo ou se houver alguma possibilidade de andar em percursos de gravel desconhecidos e demorar mais do que o expectável, levo luzes comigo para garantir visibilidade.
Antes de uma nova época, penso sempre na agenda e pergunto a mim próprio:
Depois de analisar potenciais eventos e de construir uma potencial agenda, normalmente verifico os requisitos da minha bicicleta:
Da mesma forma que verifico a configuração da minha bicicleta, também analiso a minha própria condição física:
Duas notas finais
Depois do esqui, BTT e ciclismo profissional de Estrada, o ciclista da Shimano Gravel Alliance Florian Nowak voltou a encontrar-se nas montanhas, numa bicicleta de gravel, uns anos depois de se afastar dos pelotões profissionais.
Texto: Florian Nowak
Fotos: Michael Faiss